Eis essa mulher, cheia de curvas e absolutamente confortável em seu próprio mundo, regando sua espada de são jorge. Pra quem não sabe, essa planta é vulgarmente associada como um filtro natural de energias. Qualquer densidade fica nela. Inveja por exemplo, dizem que ela nos protege. A moça curvilínea ouvindo sua música está posando distraída. Ela rega essa planta com um tanto de audácia quanto de displicência. E é assim que eu quero que você olhe como eu me relaciono com as redes sociais.
Alguns dias ou semanas atrás uma pessoa me questiona o motivo de eu ter colocado a imagem que estampa a minha página principal aqui nesse site. Como nada que eu faço é por acaso (mesmo as coisas mais espontâneas), expliquei pra ela os detalhes que me fizeram colocar aquela mulherona regando sua plantinha, bem no cantinho onde exponho meus canais de redes sociais.
Quando escolhi a arte, obviamente, a composição da linguagem foi muito mais intuitiva do que racional, como é de fato toda a base do meu perfil profissional. Mas o que me surpreendeu - e muito - foi o quanto eu descobri dessa minha intuição. Me ouvindo, pude entender o que de concreto posso considerar sobre a minha opinião das redes sociais. E, em época onde se fala muito de "criar conteúdo", o quanto eu considero a desconstrução dessa ideia mais importante.
É minha opinião que as terras das redes sociais estão se tornando cada vez mais inférteis. Muito, muito inférteis. Por um lado, existe uma aterrorizante incompreensão dos usuários sobre sua natureza. E por outro, enquanto profissionais de comunicação, estamos num lugar comum confortável e automático que planta informações de qualquer jeito, de qualquer forma, sem o menor filtro, mas absolutamente cheio de estratégia, planejamento e códigos de composição que fazem o círculo da infertilidade se tornar vicioso e viciante.
Esse campo de relações digitais está incapaz de germinar qualquer boa árvore, ou qualquer bom fruto. Está tomado por uma parafernália midiática tal qual erva daninha nas plantações. E nessa coisa desconstruída de pensar em como estamos lidando com elas, é que de fato acredito que as espadas de são jorge são essenciais. Precisa-se de proteção.
Instagram, Facebook, Twitter e até Linkedin, todas recebem extrema atenção. Extrema. Profissionais de comunicação e profissionais de qualquer área também, vivem em um mundo de direcionar
criação de conteúdo. Mas e a rega? Quais cuidados temos que ter. Como adubar? Como podar? Que tamanho queremos que cada uma delas tenham. Será que se pensa nisso quando estamos a vasculhar e planejar conteúdos para nossos clientes?
Comments